Pesquisa EX-POST-FACTO: exemplo, metodologia, o que é e conceito

O ex-post facto pode ser traduzido como “a partir do fato passado“, que está ligado a um estilo de escrita descritiva de um acontecimento já ocorrido. Podemos dizer que esses modelos de escrita utilizados em pesquisas pode ser utilizado após variações que ocorreram no andamento natural do fato já consumado. Ou seja, o ex-post facto não oferece controle de variáveis que ocorrem de forma independente ao longo da história conforme ela poderá ser contatada. Tudo depende de algo que contribui para um fenômeno que já tenha ocorrido na história. Como Fazer um Projeto de Pesquisa: sugestões e dicas, ABNT, estrutura e modelo

Neste post vamos falar mais sobre o que é e como utilizar ex-post facto. Como este estilo de escrita que depende de ocorrências passadas pode ser trabalhado já que mensurar o passado em uma ocorrência com possíveis hipóteses é algo que exige bastante técnica e treino do pesquisador. Veja tudo isso a seguir!

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Definição de Ex-post Facto

Ex-post facto é um modelo de pesquisa e uma palavra que designa fatos que ocorreram no passado. A melhor forma de explicar este assunto é através de um bom exemplo, então vamos lá:

Exemplo de uma pesquisa Ex-post Facto

“Em um determinado dia um motorista de uma carreta parou com o caminhão atravessado na via interrompendo um veículo de passageiros conduzido por um homem. O filho do motorista do veículo menor estava no banco de carona. O motorista do veículo saiu do automóvel parado no meio da via com muita fúria para tirar satisfação com o caminhoneiro que interrompeu o trânsito da via.

Após uma breve conversa em um tom hostil, o motorista do carro agrediu o caminhoneiro com socos e pontapés que mal conseguir revidar. O filho do motorista do veículo menor também agrediu o caminhoneiro como pôde utilizando uma caneta e seguindo o exemplo do pai no acesso de fúria. No meio da confusão, a filha do caminhoneiro que estava no banco do carona do caminhão veio tentar apartar a briga e socorrer o pai violentamente agredido”.

Mas, afinal de contas, por que tudo isso?

Esses tipos de ocorrências são comuns no trânsito brasileiro. Esse exemplo dado é fictício, mas baseado em “fatos reais” que acontecem com frequência em todo o país. Bom, podemos pegar este episódio e lançarmos uma pesquisa para entendermos o que pode ter acontecido de fato. Vamos nomear essa ocorrência como “violência no trânsito” utilizando uma variável denominada de VD (Variável Dependente), pois é esta variável que irá nos ajudar a entender o que levou a isso!

Dentro desta variável, estão contidas outras diversas causas possíveis para este fato violento. Vamos também utilizar VIs (Variáveis Independentes), que poderão ser trabalhadas com a ajuda do questionamento metódico. Os questionamentos que serão feitos para tentarmos chegar a um roteiro aceitável para essa triste história segue um questionamento central: por que tudo isso aconteceu?

Indagações metódicas podem ser: o que leva um motorista a agredir o outro no trânsito? Será um desequilíbrio emocional coletivo? Foi constatado uso de entorpecentes pelos motoristas ou passageiros envolvidos na confusão? Um fato isolado ou que apresenta padrões? Misantropia? Bom, os questionamentos podem ser vários, mas é um trabalho que envolve uma certa perícia no ex-post facto para saber identificar as VIs relevantes para o assunto. É importante focar nas variáveis mais possíveis seguindo critérios com embasamento dentro de um padrão aplicável para cada situação.

Por exemplo, “é provável que a briga tenha ocorrido por falta de controle e desequilíbrio do motorista do carro ao ir tirar satisfação com o motorista do caminhão com ira”. Ou, “o motorista do veículo de passageiros estava passando por um dia ruim e teve o infortúnio de perder a cabeça em uma discussão de trânsito”. Bom, os motivos podem ser diversos, mas, é um trabalho de investigação sério e essencial para este modelo de pesquisa.

Comparação

A comparação é uma ferramenta muito importante para conduzir uma pesquisa ex-post facto e uma das formas mais eficazes para conhecer a VIS em uma VD. Considerando o exemplo da briga no trânsito, vamos considerar que nesta VD temos variáveis contidas. Vamos indicar FA (Fator A) como o motorista agressor. Logo em seguida, vamos encontrar outras variáveis entre os protagonistas e coadjuvantes desta história. Vamos designar então os passageiros (filho e filha) como FB (Fator B). Após essas variáveis terem sido lançadas, vamos pensar em um roteiro para cada situação ligada aos questionamentos das variáveis independentes.

As perguntas que serão feitas diretamente para FA terão um enfoque voltado para as razões que o conduziram a tomar uma atitude violenta contra o caminhoneiro. Criar um roteiro dentro deste contexto é uma forma de buscar entender o evento em detalhes. As decisões que podem ter levado o motorista do carro a atacar o caminhoneiro podem ser decisões impensadas, derivada de um comportamento destrutivo característico do motorista. Já o comportamento do FB deve ser pensado como influência que preservaram a parcimônia e equidade das ocorrências no trânsito.

Em seguida, é importante observar as informações levantadas e os roteiros elaborados para confrontar esses dados. Essa forma de comparar os dados é eficaz para identificar os pontos ausentes em FA e FB, assim como observar os pontos ausentes mais relevantes. Fazendo essa “peneira”, é possível chegar perto de uma realidade aceitável para o fato ocorrido que levaram a VD. Saber quais variáveis estão contidas em outras variáveis é um papel de organização que levará a indicação de uma história plausível.

Outras formas de pesquisa semelhantes

Pesquisa Descritiva

É um modelo de pesquisa que tem como objetivo descrever as características de um fenômeno, população ou a interação entre variáveis de pesquisa. O método é semelhante ao ex-post facto, baseado em levantamento de dados e questionamentos relevantes, tudo seguindo uma metodologia sistemática. Mas, neste caso, uma das metodologias próprias deste tipo de pesquisa é questionar as pessoas envolvidas em uma ocorrência para levantar o máximo possível de dados confirmados. O que é uma Pesquisa Descritiva: veja como fazer, tipos e sugestões

Pesquisa Explicativa

Encontrar fatores que influenciam em um acontecimento e um determinado fenômeno é o objetivo deste modelo de pesquisa. Desta forma, o pesquisador mergulha em explicações sempre seguindo a razão com o porquê de cada coisa explicado de forma empírica. Isso requer uma argumentação bem desenvolvida baseada em experimentação, em métodos científicos e traçada com base em outros métodos de pesquisa, como ex-post facto, por exemplo. Pesquisa Explicativa: entenda o que é, como fazer uma, exemplos e nossas dicas

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